17 de novembro de 2010 | By: Luana;

Ponto final.

Parece que é o fim do caminho, eu suspeitava que me sentiria assim. Recordações de momentos mal vividos me vem a mente, eu chorei.
Chorei porque parece o fim de tudo que eu cultivei durante 12 anos de estudos, é até crueldade nos fazer acostumar com tanto tempo na escola, e agora por nos acharem, talvez, grades demais, maduros demais, autosuficientes demais, resolvem terminar com tudo, colocando um ponto final (.), nesse ciclo que me fez aprender tanto.
Cada música que ouço parece calhar perfeitamente com o meu espírito de tristeza, de separação, por isso eu chorei mais, consigo conter poucas coisas na vida e as lágrimas se encaixam nesse grupo.Não há como eu não olhar para trás e querer reviver alguns momentos, porque é tão difícil deixar o passado? Este ano de 2010, representa pra mim um fim, nada que eu fale ou escreva vai conseguir deixar escapar o que eu estou sentindo hoje, é uma vontade de levar comigo todos os amigos que eu aprendi a conviver, que eu aprendi a amar, é uma saudade antecipada, mesmo sabendo que os verei amanhã novamente, é como se já estivesse preparando o meu coração para uma futura despedida. Curioso é que esses sentimentos só chegam semanas antes da despedida, se chegasse antes, até daria pra tentar aproveitar mais,sair mais, rir mais, abraçar mais...
Vou me despedir dos amigos, da vida de adolescente, das futilidades constantes, da vida tônemaípranada;
o futuro já bate à porta, e eu sei que não estou preparada para me separar, me desapegar dessa vida que eu acostumei a viver. Parece que é cedo demais pra trabalhar, pra ir pra faculdade, pra decidir algo que carregarei para o resto da minha vida, a impressão é de que o tempo passa mais rápido, e como passa! Num piscar de olhos me verei sozinha, tendo que absolutamente admitir que queria voltar a ter 17 anos. E eu sei que não vai voltar um só segundo, e isso dói, porque por mais que eu tenha aproveitado, dois anos aproveitando naquela escola, não compensam viver o resto de uma vida só recordando.
E não há nada que eu possa fazer para conter isso. Nem pensar no belo futuro que posso ter pela frente me consola, nem os sonhos que vou poder realizar com a idade chegando, com o dinheiro do meu trabalho, com o prestígio da minha faculdade. NADA, NADA, NADA me consola agora. Acho que é porque dizer adeus, é ruim demais... e dizer um até logo, sem saber se o reencontro irá acontecer, é pior ainda...
É hora de colocar o ponto final e aprender a fazer um novo parágrafo, aprender que a vida é feita de lembranças, nada é eterno, e eu não posso fazer nada para conter um dos maiores inimigos dos seres humanos: o tempo.
15 de novembro de 2010 | By: Luana;

Desapegar é viver.

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho?
Terminou uma relação?
Deixou a casa dos pais?
Partiu para viver em outro país?
A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu...
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração, e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto, às vezes, ganhamos e, às vezes, perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...
E lembra-te:
"Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão." 

Fernando Pessoa